domingo, 2 de dezembro de 2007

Hipérbole

Quero que cada momento da minha vida seja uma hipérbole.
Quero sentir tudo ao máximo, e viver com exagero.
Que de um copo d’água se faça sempre a tempestade, e que do primeiro raio de sol a furar a nuvem nasça o verão.
Pois é só morrendo de dor que se explode de alegria.


O que seria da felicidade sem a agonia?!


Que “Deus me livre!” ter uma vida de eufemismos, uma história mais-ou-menos. Me livre de "passar na média", mas não ser lembrada por nenhum mestre ou colega.

Adorem ou repudiem-me em absoluto. Não quero meias-mentiras, para jamais ter de engolir meias-verdades.

Quero a ousadia de uma lambada, o drama e a sensualidade de um tango, a energia do rock’n roll. Nunca a melancolia de um bolero ou a tácita beleza de uma valsa.


Quero um mundo vermelho, amarelo, preto, e rosa choque.


Ter vontade de morrer por esquecer algo importante, chorar containeres porque “ele não ligou”. Inventar mil fórmulas pra mudar o mundo em sete dias, gritar até ficar sem voz a mais ínfima das alegrias.


A diferença entre uma lágrima e um sorriso é a mesma entre o pranto e a gargalhada. No entanto, só a intensidade de um torna seu antônimo possível.



Manuela Prá